9 de janeiro de 2010

Platão sobre a Linguagem e o Conhecimento

Encontro de Filosofia Antiga:
Platão sobre a Linguagem e o Conhecimento

22 de Janeiro de 2010, 16:00
Sala Mattos Romão, FLUL, departamento de Filosofia

Maria Aparecida Montenegro (Universidade Federal do Ceará)
Formas e Sentido na Concepção Platónica da Linguagem

Resumo: No diálogo Fedro (247-d), depreende-se uma certa definição das Formas como constituindo o ser que realmente é (en to ho estin on ontos) e que, enquanto tal, não tem cor, nem rosto e se mantém intangível, de modo que sua visão só é proporcionada ao condutor da alma pelo intelecto, sendo o patrimônio do verdadeiro saber. Na tese defendida por Sócrates no Crátilo, as Formas parecem desempenhar o papel de referência dos nomes, devendo conferir-lhes a requerida justeza.  Ora, a questão que se levanta é: como referências destituídas de conteúdo produzem as relações de sentido? À medida que se conclui no Crátilo que o sentido não pode prescindir dos modos de uso dos nomes, supomos que a concepção platônica de linguagem alia a metafísica a um componente que propomos chamar de pragmático. Nessa perspectiva, nosso intuito é mostrar que a metafísica não se apresenta como o fim maior da filosofia platônica, vindo antes servir a propósitos práticos.

José Trindade Santos (Universidade Federal da Paríba, CFUL)
""Como se poderia conhecer alguma coisa que não é?" (Rep. V 476a ad fin.)"

Resumo: O argumento contra os "amadores de espectáculos" levanta a Platão e aos platonistas problemas que põem em causa a possibilidade de se chegar a uma interpretação da "Teoria das Formas". É dominado por um triplo objectivo: 1. introduzir a "opinião" como competência cognitiva, a par do "saber"; 2. defini-las, comparando os seus domínios de aplicação e produtos; 3. integrá-las numa concepção unitária da actividade cognitiva. Todavia, no curso do argumento, Sócrates conclui paradoxalmente que os conteúdos da opinião necessariamente "são e não são". Desta admissão nasce uma cadeia de dificuldades que só serão resolvidas no Parmênides, no Teeteto e no Sofista.


Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
LanCog Research Group, Sub-Grupo de Filosofia Antiga e Medieval
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Apoios: Faculdade de Letras de Lisboa, Fundação para a Ciência e a Tecnologia

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