27 de dezembro de 2010
11 de dezembro de 2010
O Valor de um Bach Autêntico
RESUMO
Nesta obra discute-se o conceito de autenticidade como predicado de execuções de obras musicais no contexto da tradição clássica ocidental. Defende-se que o conceito de execução (simpliciter) de uma obra levanta problemas de relatividade e de indeterminação, visto a sua aplicação não ser completamente independente de considerações de valor estético, e de aspectos dos contextos histórico-musicais relevantes. Contesta-se o argumento a favor da necessidade da autenticidade na execução musical que elimina o debate acerca da extensão do conceito “execução autêntica de uma obra” reduzindo este conceito ao de instanciação correcta dessa obra. Sugere-se que o modo como o contexto histórico-musical actual delimita as fronteiras da correcção e da autenticidade na execução decorre de um equilíbrio entre dois tipos de interesse na execução enquanto prática artística: o interesse na obra executada como produto artístico do compositor, interesse que favorece a fidelidade à obra; e o interesse na execução como produto artístico do intérprete, interesse que favorece a liberdade criativa deste. É defendida a relevância de certas obrigações morais da parte dos intérpretes para com os compositores, mas também o carácter suplantável dessas obrigações, bloqueando-se assim a tese da autenticidade histórica como imperativo ético absoluto. Distingue-se autenticidade pessoal, enquanto criatividade e sinceridade do intérprete na execução, e autenticidade histórica, enquanto fidelidade da execução à obra, ao seu compositor, ou ao som de uma execução, às práticas musicais ou à experiência estética típicos do contexto original da obra. Argumenta-se contra a tese de que a execução historicamente autêntica tem vantagens a priori sobre outras espécies de execução em termos de propensão para gerar resultados esteticamente (musicalmente) mais satisfatórios. A promoção da autenticidade histórica pelo “movimento da execução historicamente informada” é analisada enquanto ideologia e prática artística. Conclui-se que a autenticidade histórica não é um ideal artístico defensável, uma vez que a prioridade da correcção histórica na execução é, em última análise, incompatível com prioridades estéticas.
ANTÓNIO LOPES
O VALOR DE UM BACH AUTÊNTICO. UM ESTUDO SOBRE O CONCEITO DE AUTENTICIDADE NA EXECUÇÃO DE OBRAS MUSICAIS
Lisboa: Gulbenkian, 2010
19 de novembro de 2010
Mente, meditação e despertar da consciência
O Ciclo de Conferências "Consciência e Religião: perspectivas" prossegue no próximo dia 19, 6ª feira, pelas 21.30, no Auditório da Câmara Municipal de Barcelos, com uma conferência de Paulo Borges subordinada ao tema "Mente, meditação e despertar da consciência: a redescoberta de um intemporal paradigma".
Na mesma ocasião será apresentado o nº2 da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicada ao tema "Encontro Ocidente-Oriente", bem como o último livro do autor: Descobrir Buda (Lisboa, Âncora Editora, 2010).
Descobrir Buda
Novo livro de Paulo Borges, publicado pela Editorial Âncora (2010).
"Descobrir(-se) Buda, remover os véus que encobrem o que realmente somos e deixar que isso se manifeste plenamente, numa espontaneidade benéfica para todos os seres, é na verdade o único fim de todo o estudo e prática do chamado “budismo”, que neste sentido, mais do que uma filosofia ou religião, é uma via para nos libertarmos de todas as ilusões e cumprirmos o intemporal preceito, comum a Ocidente e Oriente: torna-te o que és." (Paulo Borges)
"Descobrir(-se) Buda, remover os véus que encobrem o que realmente somos e deixar que isso se manifeste plenamente, numa espontaneidade benéfica para todos os seres, é na verdade o único fim de todo o estudo e prática do chamado “budismo”, que neste sentido, mais do que uma filosofia ou religião, é uma via para nos libertarmos de todas as ilusões e cumprirmos o intemporal preceito, comum a Ocidente e Oriente: torna-te o que és." (Paulo Borges)
Revista ENTRE
No segundo número da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicado ao tema "encontro ocidente oriente" participam vários docentes do Departamento e investigadores do Centro de Filosofia. Na secção "Ensaios", Carlos João Correia mostra como a questão central da identidade pessoal se antecipa na filosofia clássica indiana, bramânica e budista. Rui Lopo apresenta uma visão panorâmica da sua investigação sobre a recepção ocidental do budismo. Amon Pinho mostra a evolução do pensamento de Agostinho da Silva sobre o budismo e cristianismo, no contexto de um progressivo ecumenismo paraclético. Paulo Borges assinala a fecundidade do entre em Fernando Pessoa, interpretando o poema "King of Gaps", bem como as figuras de D.Sebastião e do Quinto Império na Mensagem, a partir da noção tibetana de bar-do (entre-dois, estado intermédio). Na secção "Éditos e inéditos", Ricardo Ventura transcreve um trecho de um manuscrito português do século XVI, que mostra o lugar pioneiro dos missionários portugueses no conhecimento da cultura hindu no Ocidente.
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